Já não sei onde fica a cama,
Que voz me chama,
Que paixão me inflama...
Tenho a cabeça cheia de ecos,
Tonto da dança dos bonecos,
Cansado de andar aos tombos.
Ou só, tão só, sentado no jardim,
A atirar pão duro aos pombos,
Que voam para mim!
Que voz me chama,
Que paixão me inflama...
Tenho a cabeça cheia de ecos,
Tonto da dança dos bonecos,
Cansado de andar aos tombos.
Ou só, tão só, sentado no jardim,
A atirar pão duro aos pombos,
Que voam para mim!
Nesta vida feita dança,
Em que dançamos sozinhos.
Múltiplos caminhos,
Que levam a lugar nenhum.
E às vezes pensávamos ser dois
Sendo que afinal, era só um.
Quarto de espelhos onde me confundo,
Depois do cansaço e da solidão,
Desejo de um sono profundo.
Tranquilo, aquietado coração,
Que mais nenhuma paixão,
Vem agora perturbar.
E se me ouvires chamar,
É apenas um eco perdido,
Que te há-de haver confundido!
E se ao andar assim sereno, ainda sorrio;
Repara no meu olhar: é como eu, vazio...
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