Já sentiste essa necessidade de ser resgatado por uns braços que apertam o teu corpo como se tivesse medo que te dissipes e possas desaparecer dali? E quantas vezes abraçaste alguém com a força de um naufrágo, porque estavas realmente a afogar-te? Ou das vezes em que um abraço é sinal de que estás em casa, na tua casa... Preciso...Não desistas...
Para me desassossegar
Não sei depois porque fico aqui
Como se fosse natural
Sentir-me a naufragar
Este antigo mal
De te sentir
A me abandonar
Eu a ficar, tu a ir...
Não sei porquê assim
Não faz sentido
Se te sou tão querido
E eu quero-te sim
Para mim
Mas tu trazes o mar
No teu olhar
E ao invés de navegar
Sinto-me a mais
Lançado ao mar
Porque tu vais
Veleiro alto ao sabor do vento
Velas enfunadas
Vou perdendo o alento
Nestes pequenos nadas
Naufrago nas ondas altas
Afogo nas pequenas faltas
E onda enorme, o imenso mar
Para onde parti, e donde não sei voltar
Não sei bem o que fazer, ou o que faço
Mas sei ficava feliz, com um abraço!