A existência é feita de ciclos. Porque a natureza nem sempre está disposta a inventar caminhos novos, quando se acostuma a velhos hábitos. Para quê inventar a eternidade se descobriu a renovação. Ou para quê tirar-te da queda depois que descobriu a gravidade? Ou o que é um poema se uma forma de traduzires por palavras o que sentes. E as palavras nunca chegam. E tivemos de inventar a música...
Não importa à
Primavera,
Se estou pronto ou
não!
Ela não espera,
E tu também não.
Não me pegas pela
mão,
Achas-me crescido.
Ou já não seja
apetecido,
E se não estiver,
Ficarei para trás!
Ou o que tiver de
acontecer,
Já tanto faz!
Depois virá o
Verão!
E o esperado calor,
Pouca roupa, muita
paixão!
Ou apenas para mim,
Já tudo seja assim,
Uma triste canção,
A anunciar o fim.
Sereno Outono da
folha a cair!
A importância a
diminuir;
A sensação de
ficar insignificante,
Estar já perto o
fim,
Que a vida é um
instante!
Nem sei para que
vim!
Está tudo em branca
mortalha,
O Inverno nunca
falha!
Chega sempre o cair
do pano.
Sai-se sempre da
vida em dano,
Porque nada dura.
Ai tanto frio que
aqui faz,
Descanso longo que
perdura,
Nesta cama de pedra
onde se jaz!