A velha história mil vezes repetida: Pensas ser uma coisa e não és, és outra bem diferente! Pensavas ser um leão forte e poderoso, mas afinal tinhas mais uma característica: eras covarde. Podias sentir medo e dominá-lo, transformá-lo numa fúria, em raiva louca, mas preferes fugir a lutar. Devias morrer com glória ao invés de viver com vergonha! "Shame on you!"
Oh a noite! Aquele medo de deitar a cabeça no travesseiro porque me assaltam todos os lobos cinzentos, que se aconchegam ao meu corpo. Ah o frio da noite! O terrível frio de um solitário. Porque vem a noite? E porque vêm os lobos cinzentos ao meu encontro? Porque não me encontro, assim cansado e sereno para na noite apenas dormir? E porque chove? Diz-me porque chove...
O momento que se congela,
Para sempre eterno instante;
Memória que tenho dela,
Efémera, mesmo que importante!
Matilhas de lobos cinzentos,
Que me querem trincar e roer.
Aproximam-se cautelosos, lentos,
Na esperança de nos ver morrer!
À noite é difícil não chorar,
Por tudo o que tive de deixar.
Sendo tudo reduzido a cinza,
Até a esperança da sua vinda!
Oh esta dor aguda e infinita, Tê-la conhecido bonita;
E ter de assim partir,
Quando a queria seguir!
Não é minha a boa sorte!
E agora que partiu a alegria,
Que o seu sorriso me trazia, Deixa que me leve a morte!