Desistir de amar

Há um frio que nasce dentro e vai crescendo, feito dos males do mundo, das desilusões, das frustrações, dos sonhos abandonados no percurso. Percurso de alpinista solitário a subir cumes sem auxílio nenhum. Nos momentos em que se tem de bastar a si próprio. Às vezes o cansaço é tão grande, que só se pensa em desistir... Desistir de tudo, do amor e da vida, porque a vida sem amor não vale nada.

Tolo! Oh quão tolo fui,
Acreditar no amor,
Quando ele nunca prometeu!
Expliquem-me o porquê desta dor!
O que faz de mim, quem sou eu?
Um louco delirando?
Parado, a sonhar que ando?
Que importa o que penso ou sou?
O tempo arrasta-me para onde vou!
Não porque o consinta ou queira,
Mas porque não há outra maneira!
Não é destino, é desatino;
Em mim fantasia de sonhar!
Preço desta ilusão de acreditar,
Que o amor é mágico, transcendente!
Mas essa é uma filosofia que nos mente.
Não há nada senão a nossa animalidade...
Tudo resto não é verdade!
A ilusão é a felicidade!
Devo parar,
De acreditar,
Deixar de amar!