NÃO RESTA NADA


A vida aos poucos deixa-nos, como se não fossemos dela merecedores. Insistimos, permanecemos, com ela constante a tentar reenviar-nos para onde viemos: ao pó. Donde viemos e para onde vamos. Alguns dizem que o pó de que somos feitos é o mesmo pó das estrelas. Até pode ser. Mas convenhamos que é sempre um punhado de nada...

Aos poucos secam as fontes;
Os regatos deixam de cantar,
Perdidos nos vales dos montes.
E os rios meandram até sumir.
Os campos deixam de florir.
Não pode ser doutra maneira.
O sol do orgulho é uma torreira!
Do norte sopra a nortada,
Do pouco, não resta nada!