Meu amigo, não fiques triste. Não vale mesmo a pena. A morte traz a paz. Uma paz eterna, que mesmo coisa sem ter fim, ou o lugar onde todos ficamos reduzidos à importância que temos, Não é muito grande essa importância, num Universo tão vasto. Demasiado vasto, tão eterno, para a nossa pequenez. É só a nossa cabeça que nos quer fazer sentir importantes, para nos manter de pé... Mas a gravidade desta machina mundi obriga-nos sempre a cair...sempre a cair...
Agora que em mim,
A fonte da seiva secou;
A árvore chega ao fim,
E a ave negra pousou...
Quem espera sentado,
Dessa margem, desse lado,
Por onde o rio ainda corre;
Contrário a este, onde já morre.
É serena e calma a margem,
Onde galhos findam viagem,
E peixes buscam abrigo.
Donde aceno um adeus amigo!
Já ao dia acho-o escuro;
E os tímpanos, boa espessura!
Não consigo saltar o muro;
Desta doença não há cura!
Mas faz-me um último favor,
Dá-me abraço, suave calor,
Em silêncio; no término da viagem;
A este teu velho conhecido!
porque a linguagem,
ainda é só grunhido!
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