Voando Só





Eu gostaria de ao nascer do sol, nascer também. O peso dos pecados que me atiram para o sono, pela noite, pudessem jazer para sempre na escuridão. E cada manhã fosse uma promessa plena e nova. Quem sabe? Talvez a existência se tornasse mais suportável, porque haveria sempre um recomeço. Se calhar, nem era preciso... Uma redenção seria suficiente!



Não sabia que era pássaro;
Até espreguiçar os braços,
E senti-los macios.
Dei uns passos,
No chão da gaiola;
Passos vazios...
Cordas tangendo,
Na viola!
Sou eu gemendo.
E ela veio abrir...
Ficou ali a olhar,
Para mim,
A sorrir!
À espera de me ver,
Partir,
Voar!
Abri os braços,
Asas esticadas!
Do voo, vi-lhe os traços,
(Nenhum arrepio me bule.)
Um esforço, umas penadas!
Lancei-me em mergulho,
Apanhei bebedeiras de azul!
E esta sensação de euforia,
Embriaguez de alegria,
Tão bom sentir-me assim!
Mas era uma ilusão,
Esse céu todo pra mim!
(Era talvez hiper-ventilação,
Ar limpo, sem nenhum pó.)
E tudo, porque voava só...

Dono : mitro ~ Se a publicação te desgrada, a culpa é dele!

Artigo Voando Só publicado por mitro na data de domingo, 8 de março de 2015. És convidado a comentar! Já tem 0 comentário(s) Ou então volta para o início -> Voando Só
 

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